Óleo essencial de patchouli - Natu Donum Aromaterapia

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Patchouli
Óleo essencial de Patchouli(Pogostemon cablin)

O patchouli é uma planta tropical nativa de regiões tropicais da Ásia, especialmente Malásia, Indonésia e Índia, mas hoje é amplamente cultivada na China, Taiwan,  Filipinas, Tailândia e Vietnã e até mesmo na África Ocidental. A planta geralmente chega a um metro de altura, com folhas grandes, parecidas com a hortelã pimenta. O óleo essencial é obtido pela destilação a vapor das folhas secas, levemente fermentadas, é denso e seu aroma possui notas terrosas, madeira-balsâmicas, ligeiramente doces. A fragrância deste óleo melhora progressivamente com o tempo, originando uma qualidade de aroma mais “arredondado”.

Composição (principais constituintes - aproximada):

Alcoois sesquiterpênicos ou sesquiterpenóis (~20 - 50%): patchoulol (majoritário) e pogostol
Sesquiterpenos (~20-50%): patchouleno, cariofileno, guaieno, bulneseno, seicheleno e outros


Propriedades terapêuticas: descongestionante venoso, linfático e prostático, flebotônico e linfotônico,  sendo útil no cuidado de hemorróidas, varizes, pernas pesadas, edemas, retenção de líquidos e prostatite.
Anti-inflamatório e cicatrizante, com efeitos regenerativos, purificantes e tônicos para a pele, é indicado para tratamento de rosácea, dermatites inflamatórias, cicatriciais, alérgicas, acne, eczemas, psoríase, rachaduras, escaras. Seu efeito adstringente auxilia na prevenção do envelhecimento precoce da pele.

Antibacteriano, antifúngico e antisséptico, devido principalmente a presença dos sesquiterpenos.

Em doses maiores possui efeito calmante, indicado para estresse, tensão, ansiedade, porém em doses pequenas tem efeito estimulante e tônico do sistema nervoso. É um excelente balanceador de humor, útil também em insônia e depressão, aliviando tensões acumuladas.

Possui propriedades repelente de insetos.

Também possui efeitos estrogênio-like, em virtude da presença de álcoois sesquiterpênicos.

Vibracional e energeticamente, este óleo essencial nos dá aterramento, enraizamento, nos traz de volta ao corpo, nos reconecta com a terra, para que possamos estar no “aqui e agora” e apreciar o mundo de uma forma mais equilibrada, sendo então muito indicado para se usar durante a meditação. Ele também dissipa a melancolia, expande a força vital e fortalece a vontade de viver.

Contraindicações: Como possui moléculas estrogênio-like, seu uso não é aconselhável para pessoas diagnosticadas com câncer estrogenodependente.

Curiosidades:
- tem sido usado há centenas de anos, primeiramente na Ásia e extremo oriente, por causa de seu perfume. Monges budistas utilizavam a erva na Índia e China para preparar banhos de purificação;
- a erva também era usada tradicionalmente na medicina chinesa, grega e ayurvédica para combater deficiência gastrointestinal, dor, insônia, ansiedade, tratar veias varicosas, hemorroidas, cicatrizes e numerosos problemas de pele;
- o óleo essencial de patchouli é uma matéria-prima amplamente utilizada como nota de fundo em perfumes tanto masculinos quanto femininos;
- era um aroma bem popular nas décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos e na Europa, principalmente pelo movimento “hippie”.

Estudos:
Apresentamos a seguir um breve resumo de alguns estudos científicos ou revisões bibliográficas publicados em artigos de revistas, monografias ou em dissertações de mestrado, bem como nos livros e outros materiais consultados.  Os estudos estão classificados de acordo com suas ações.

Anti-inflamatório:
Em Rhind (2019), é citado um estudo que foi publicado em 2013, no qual os autores examinaram através de tecnologia de encaixe computacional, os constituintes do óleo essencial de patchouli na inibição da COX-1 e concluíram que o alfa-patchoulol era um potencial inibidor desta enzima sendo assim um agente anti-inflamatório.

Antimicrobiana (antibacteriana, antifúngica, antiviral)
Um estudo publicado em 2010, avaliou a atividade antimicrobiana de vários óleos essenciais, entre eles o de Pogostemon cablin, contra Salmonella sp. e contra Salmonella typhimurium. Os óleos avaliados puderam ser classificados como muito ativos para o controle do crescimento celular de Salmonella sp., contudo não houve inibição do crescimento celular de Salmonella typhimurium para todos os óleos testados (CASTANHA et al, 2010).

Em 2013 foi publicado estudo avaliando a atividade antibacteriana e antifúngica do óleo essencial de patchouli. A atividade antibacteriana revelou que, o óleo essencial foi mais ativo contra bactérias gram positivas do que bactérias gram negativas. A maior zona de inibição foi contra Bacillus cereus. Os resultados da atividade antifúngica in vitro do óleo de patchouli contra seis fungos patogênicos humanos demonstrou que o óleo exibiu uma forte atividade antifúngica contra todos os fungos testados (Candida albicans, Saccharomyces cerevisiae, Rhizopus oligosporus, Aspergillus flavus, Aspergillus fumigatus e Fusarium equisetti), sendo que Candida albicans mostrou maior sensibilidade contra este óleo (DAS et al, 2013).


Em Laszlo (2014), foi publicada matéria citando os efeitos positivos do óleo essencial de patchouli no combate a gripe, citando estudos que demonstraram que o patchoulol (componente em grande quantidade no óleo essencial) inibe fortemente a multiplicação do vírus H1N1 (gripe espanhola ou suína tipo A) e o H2N2 (gripe asiática tipo A). O patchoulol não apresentou contudo efeitos no vírus H3N2 (gripe de Hong Kong tipo A).

Em sua dissertação de mestrado Luchesi (2017), avaliou a  atividade antifúngica in vitro frente o Fusarium graminearum de alguns óleos essenciais incluindo o de Pogostemon cablin. Diante das avaliações realizadas, pode-se perceber que o crescimento micelial do F. graminearum foi influenciado pela concentração deste óleo essenciail, observando que o aumento da sua concentração resultou no menor crescimento fúngico, sendo o efeito fungistático quantificado a partir de 4.0 μl/mL de óleo essencial.

Estudo publicado em 2019, teve como objetivo avaliar a possível atividade antifúngica do óleo essencial de Pogostemon cablin (Blanco) Benth. (Lamiaceae) contra cepas de Candida glabrata (causadora de candidíase) através da técnica de microdiluição.  Após o experimento, observou-se que o óleo essencial inibiu a cepa LM-302 de C. glabrata com uma CIM de 256 μg/mL, concluindo-se então que ele apresenta um efeito antifúngico contra as leveduras de C. glabrata (PIMENTA et al, 2019).

Em trabalho de revisão publicado por Araujo et al (2021), com o objetivo de  demonstrar as várias formas que os óleos essenciais podem ser administrados no âmbito da odontologia, bem como suas finalidades, propriedades farmacológicas e benefícios, o óleo essencial de patchouli foi citado como antimicrobiano, pois no estudo citado apresentou atividade inibidora contra S. aureus.

Antioxidante:
Ainda na dissertação de mestrado de Luchesi (2017), foi avaliada a atividade antioxidante de alguns óleos essenciais, dentre eles o de Pogostemon cablin, a qual foi determinada pela ação sequestradora do radical 1-difenil-2-picrilidrazina (DPPH). Diante das avaliações antioxidantes, salientou-se que este óleo essencial apresentou efeitos de sequestro do radical livre DPPH desta maneira, indicando que este óleo essencial pode desempenhar atividade antioxidante.

Antiproliferativa:
Em um estudo publicado em 2013, citado em Rhind (2019), foi demonstrado que o álcool patchoulol (principal componente do óleo essencial de patchouli) teve atividade anticancerígena em células cancerosas do cólon retal em humanos, diminuindo seu crescimento e induzindo apoptose.

Referências bibliográficas:
ARAUJO, L. O. et al. O uso de óleos essenciais na odontologia. Revista de odontologia Contemporânea, v.5, p. 69-80, 2021.

BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Tradução: Mayara Correa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.

CLARKE, Sue. Química essencial para aromaterapia. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2020.

CASTANHA, R. F. et al. Atividade inibitória de óleos fixos e essenciais no crescimento de isolados de Salmonella sp e Salmonella typhimurium. 2010. Horticultura Brasileira 28: S3552-S3556.

DAS, P. et al. Antibacterial and Antifungal Activity Analysis of Essential Oil of Pogostemon cablin (Blanco) Benth. Bangladesh J Microbiol, v.30, n. 1 & 2, p. 0-10, 2013.

EIDSON, Deborah. Cura vibracional: revelando a essência da natureza por meio dos óleos essenciais na aromaterapia. Tradução de Rosana Laura Romeros. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.

Guia Prático de Aromaterapia. 2ª edição on line 2019. Disponível em https://terra-flor.com/loja/ebooks/guia-pratico-de-aromaterapia-2a-edicao/. Acesso em 14/05/2020.

HOZZEL, M. Ensaios sobre a aromaterapia holística. Tradução: Luciana Chamma. Belo Horizonte: Editora Laszlo:2019

LASZLO. Na gripe: óleo de patchouli? Jornal de Aromatologia, 5ª edição, ano IV, p. 4. Belo Horizonte, jan. 2014.

LAVABRE, Marcel. Aromaterapia: A cura pelos óleos essenciais. Tradução de Cecília Barbosa. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.

LUCHESI, Luana Aline. Atividade antibacteriana, antifúngica e antioxidante de óleos essenciais. Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Programa de Pós- graduação em Agroecossistemas, Dois Vizinhos, 2017. 88f.:il

PIMENTA, E. et al. Avaliação da atividade antifúngica do óleo essencial de Pogostemon cablin (Blanco) Benth. (Lamiaceae) contra cepas de Candida glabrata. Scientia Plena. v. 15, n. 6. 2019. doi: 10.14808/sci.plena.2019.064601

RHIND, Jennifer Peace. Sinergias Aromáticas: Aprendendo a combinar corretamente os óleos essenciais. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.

WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.

Por Edna Caliari Boni em 26/10/2021
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