Óleo essencial de cravo - Natu Donum Aromaterapia

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cravo-da-índia
Óleo essencial de cravo-da-índia
(Syzygium aromaticum/ Eugenia caryophyllus)

É uma das especiarias mais conhecidas do mundo e o seu óleo essencial pode ser extraído das folhas ou dos botões. As informações disponibilizadas a seguir se referem ao óleo essencial extraído pela destilação dos botões secos. Sua cor vai do marrom ao marrom-escuro e possui fragrância quente e picante.

Composição (aproximada – pode haver variações):
Fenóis (~70-80%): eugenol
Ésteres (~20%): acetato de eugenila
Sesquiterpenos (~6%): Beta-cariofileno

Propriedades terapêuticas:

Anti-infeccioso de bem largo espectro de ação, sendo assim um excelente antisséptico, antibacteriano, antifúngico, parasiticida e antiviral. Além disso é  um potencial analgésico, antinevrálgico e anestesiante podendo ser utilizado para dores de dente e infecções dentárias, abcessos, gengivite, periodontite, estomatite, disenterias e diarréias infecciosas de todos os tipos, cistites e parasitoses cutâneas: piolhos, sarnas e carrapatos; no tratamento de micoses, fungos de unha.

Possui ação anti-inflamatória, antiproliferativa, antioxidante, antiaterosclerótica (vasorrelaxante). Pode também ser usado para tratamento de inflamações, artrite, dores musculares.

É excelente imunoestimulante, tônico e estimulante geral, podendo ser utilizado em astenias profundas, física e intelectual (para fortalecer a memória), em debilidade e convalescências. Seu aroma estimulante ameniza os sintomas desenergizantes da pressão baixa e hipotireoidismo.

Potencial redutor de verrugas e cicatrizante.

Também é estomáquico, carminativo, sendo útil em dispepsia, fermentação gástrica, flatulências. Possui forte ação no metabolismo.

Energeticamente é o óleo essencial da mudança, possui aroma excitante, inspirador e ativador. Revitaliza, muda o foco da contemplação para a ação, útil em momentos de mudanças. Também encoraja a examinar o medo de se expressar. Sua energia ativa e acalentadora desfaz bloqueios no corpo emocional.

Contraindicações: os óleos essenciais ricos em fenóis devem ser manuseados com cuidado, pois podem ser tóxicos para o fígado, além de serem moléculas cáusticas para a pele e as mucosas, razão pela qual é conveniente diluí-los bastante. Além disso, jamais devem ser usados em animais, principalmente os gatos.

Estudos:

Apresentamos a seguir um breve resumo de alguns estudos científicos ou revisões bibliográficas publicados em artigos de revistas, dissertações, teses e outros materiais consultados. Encontramos também em nossa pesquisa estudos que demonstraram ações anti-inflamatórias, anestésicas, relaxante muscular, antivirais contra hepatite C e HSV, porém não publicaremos aqui, pois optamos por somente publicar pesquisas conduzidas in vitro ou em humanos.

Classificamos os estudos abaixo por ações do óleo essencial.  

Antimicrobiano (antibacteriano, antifúngico):
Em estudo publicado em 2009, foi testada a ação antimicrobiana de alguns óleos essenciais, determinada pelo método da microdiluição definindo-se a concentração inibitória mínima para os microrganismos Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella Thyphimurium, Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens. O óleo essencial de cravo apresentou ação antimicrobiana moderada a forte sobre os microrganismos avaliados. (SCHERER et al, 2009).

Em 2013 foi publicado um estudo em que foi utilizada uma mistura contendo óleos essenciais de tea tree, alecrim e cravo na proporção (7:2:1) para tratamento da onicomicose que é uma infecção nas unhas determinada por diversas espécies de fungos dermatófitos (Trychophyton, Epidermophyton e Microsporum), não dermatófitos e leveduras. Essa mistura foi eficaz no tratamento da onicomicose de unha, alcançando o objetivo de utilizar uma formulação natural para o tratamento desta infecção (AZEVEDO & AZEVEDO, 2013).

Montes(2013), cita em seu artigo um estudo realizado em 2010 em que foram testados diversos óleos essenciais, dentre eles  óleo essencial de cravo (Syzygium aromaticum L), para avaliar sua atividade antimicrobiana em 18 gêneros de bactérias, que incluíram alguns patógenos importantes e bactérias deteriorantes em alimentos. Nesse estudo, observou-se que todos os óleos tiveram efeitos satisfatórios como antimicrobianos, uma vez que a multiplicação de micro-organismos foi drasticamente reduzida, principalmente das bactérias gram-negativas, incluindo as enterobactérias, enquanto que as bactérias do grupo do ácido láctico mantiveram-se praticamente constante durante a maior parte do período de armazenamento do produto.

Em sua tese de doutorado, Duarte(2014), testou o óleo essencial de cravo em meio de cultura com o fungo G. citricarpa, sendo que as amostras que receberam a adição do óleo essencial no meio de culltura não apresentaram crescimento das colônias do fungo.

Estudo com o objetivo de avaliar a atividade antimicrobiana de 15 óleos essenciais foi publicada no Jornal da Laszlo em 2016, sendo que o óleo essencial de cravo apresentou capacidade de inibição de mais de 90% em todos os microorganismos testados. As porcentagens de inibição dos microorganismos pelo óleo essencial de cravo foram as seguintes: Staphylococus aureus ATCC29212 (96%), Staphylococus epidermidis ATCC12228 (99%), Pseudomonas aeruginosa ATCC27853 (99%), Escherichia coli ATCC25922 (99%), Salmonella thyphi ATCC14028 (96%) e Candida albicans ATCC18804 (94%) (GOMES, 2016).

Em sua dissertação, Freitas(2019) avaliou o potencial efeito inibitório do óleo essencial de cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) sobre o crescimento de S. pseudintermedius meticilina-resistentes e sensíveis. Foram avaliados neste estudo 43 isolados de S. pseudintermedius obtidos de cães com otite externa. A eficácia do óleo essencial foi avaliada através da técnica de microdiluição para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de cravo, sendo comprovada sua ação antimicrobiana, uma vez que o óleo sessencial inibiu tanto o crescimento dos isolados de S. pseudintermedius resistentes quanto os sensíveis à meticilina.

Antioxidante:
Em artigo publicado em 2012, são citados dois estudos que comprovam o efeito antioxidante do óleo essencial de cravo. Em um dos estudos conclui-se que o eugenol possui capacidade inibitória da peroxidação lipídica na fase de iniciação e propagação  através da interferência nas reações em cadeia, sequestrando o O2 ativo e, ao ser metabolizado em um dímero (dieugenol), inibe a peroxidação propriamente dita em nível de propagação da reação em cadeia de radicais livres com o α-tocoferol. No outro estudo concluiu-se que a atividade antioxidante do óleo pode se dar também através da eliminação de radicais, ação quelante com íons de metais (Fe+3) e reações fotoquímicas, demonstrando a potente ação antioxidante (AFFONSO et al, 2012).

Em estudo publicado em 2009, a atividade antioxidante de alguns óleos essenciais foi avaliada pelo método de DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila). Dentre os óleos avaliados estava o  cravo-da-índia, o qual apresentou ação antioxidante muito forte provavelmente devido ao elevado teor de eugenol na sua composição (SCHERER et al, 2009).

Atividade contra pediculose e ácaros:
Affonso et al(2012), em seu artigo cita um estudo em que os pesquisadores verificaram a eficácia de óleos de eucalipto e de cravo usados de forma concomitante contra piolhos resistentes ao malation e a permetrina, corroborando desta forma com a ideia de que esses agentes são alternativas interessantes para o tratamento de pediculoses. Também é citado estudo com relação ao ácaro Sarcoptes scabiei,  causador da escabiose ou sarna humana, o qual penetra na pele e provoca uma reação inflamatória que causa lesões extremamente pruriginosas, que podem ser seguidas de infecções secundárias, principalmente estreptocócicas, que por sua vez podem levar a doenças renal e cardíaca. Neste estudo é relatada a resistência por parte dos ácaros à permetrina, principal composto sintético e componente de medicamentos usados com a função acaricida. Os pesquisadores reportaram que o eugenol, bem como seus derivados acetato de eugenila e isoeugenol possuem atividade in vitro muito próxima ou superior à do benzoato de benzila que é um composto altamente efetivo na ação acaricida.

Analgésico:
Em trabalho de revisão publicado por Araujo et al (2021), com o objetivo de  demonstrar as várias formas que os OE podem ser administrados no âmbito da Odontologia, bem como suas finalidades, propriedades farmacológicas e benefícios, o óleo essencial de cravo foi citado como antimicrobiano e analgésico.

Referências bibliográficas:

AFFONSO, R. S. et al. Aspectos Químicos e Biológicos do Óleo Essencial de Cravo da Índia. Revista Virtual de Química, v. 4, n.2, p. 146-161, mar-abr,2012.

ARAUJO, L. O. et al. O uso de óleos essenciais na odontologia. Revista de odontologia Contemporânea, v.5, p. 69-80, 2021.

AZEVEDO, E. M. S. & AZEVEDO, S. M. Micoses de unha x óleos essenciais: estudo com óleos de tea tree, alecrim e cravo-da-índia. Jornal da Laszlo, 4ª edição, p. 7, junho de 2013.

BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Tradução: Mayara Correa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.

CLARKE, Sue. Química essencial para aromaterapia. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2020.

DUARTE, Renato César. Estudos dos compostos bioativos em especiarias (Syzygium aromaticum L, Cynnamomum zeylanicum Blume e Myristica fragans Houtt) processadas por radiação ionizante. 2014. 144f. Tese (Doutorado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear). Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

EIDSON, Deborah. Cura vibracional: revelando a essência da natureza por meio dos óleos essenciais na aromaterapia. Tradução de Rosana Laura Romeros. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.

FESTY, Danièle. A Bíblia dos óleos essenciais. Tradução de Mayra Corrêa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2021.

FREITAS, Vanessa Danielle de. Atividade antibacteriana do cravo da índia (Syzygium aromaticum) frente a Staphylococcus pseudintermedius resistentes e sensíveis à meticilina isolados de cães com otite externa. 2019. 71f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2019.

GOMES, M. F. M. Atividade antimicrobiana comparativa de vários óleos essenciais. Jornal da Laszlo, 8ª edição, p. 5, novembro 2016.

Guia Prático de Aromaterapia. 2ª edição on line 2019. Disponível em https://terra-flor.com/loja/ebooks/guia-pratico-de-aromaterapia-2a-edicao/. Acesso em 14/05/2020.

LAVABRE, Marcel. Aromaterapia: A cura pelos óleos essenciais. Tradução de Cecília Barbosa. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.

MONTES, S. S. et al. Óleos essenciais em embalagens para alimentos – revisão de literatura de 2000 a 2012. Perspectivas da Ciência e Tecnologia, v.5, n. 1/2, 2013.

RHIND, Jennifer Peace. Sinergias Aromáticas: Aprendendo a combinar corretamente os óleos essenciais. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.

SCHERER, R. et al. Composição e atividades antioxidante e antimicrobiana dos óleos essenciais de cravo-da-índia, citronela e palmarosa. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.11, n.4, p.442-449, 2009.

WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.

Por Edna Caliari Boni em 26/07/2021
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