Óleo Essencial de Hortelã-pimenta (Mentha piperita)
Veja abaixo informações sobre a composição, propriedades e indicações terapêuticas, contraindicações e estudos científicos das ações do óleo essencial de hortelã-pimenta (Mentha piperita).
Composição:
- Álcoois terpênicos (40-50%): mentol
- Cetonas terpênicas (30-60%): mentona
- Terpenos (5-15%): pinenos, limoneno
- Óxidos terpênicos (5%): 1,8 cineol
- Ésteres terpênicos (5-10%): acetato de mentila

Propriedades e indicações terapêuticas: anestésico, antinociceptivo, estomáquico, antiácido, antináuseas, anti-inflamatório urinário e intestinal, anticatarral, mucolítico, antiespasmódico, miorrelaxante, hipertensivo.
Indicado para enxaquecas e cefaléias. Na inalação é muito útil para o trato respiratório pois tem qualidades antissépticas, antivirais, descongestionantes e expectorantes, sendo então indicado para resfriados, laringite, dor de ouvido, dor de cabeça, congestão dos brônquios e seios da face, rinites, sinusites, bem como amigdalites.
É uma panacéia para toda função digestiva com problemas (fígado, estômago, intestinos), sendo indicado para dispepsias, lentidão digestiva, indigestão, espasmos e cólicas.
O mentol tem ação antimicrobiana, depressora sensorial cutânea e dilatadora de vasos sanguíneos, causando sensação dérmica de frescor, sendo indicado para tratamento de pé-de-atleta, insolação, pequenas queimaduras, pruridos e coceiras (urticária).
A mentona tem ação antimicrobiana e sedativa.
Na ayurveda é um dos melhores óleos para pacificar pitta.
Contraindicações: o mentol e a mentona não são indicados para bebês menores de 30 meses e para o feto, portanto não deve ser usado por bebês, gestantes e lactantes. Não é aconselhado o uso por pacientes hipertensivos quando o uso for maior do que 15 dias.
Estudos Científicos:
Apresentamos a seguir os resultados, resumidamente, de alguns estudos científicos, realizados com o óleo essencial (OE) de hortelã-pimenta, citados e referenciados nas bibliografias consultadas. Existem muito mais estudos publicados, principalmente realizados no exterior.
Síndrome do intestino irritável (BUCKLE, 2019):
- Uma equipe médica italiana realizou em 2007 estudo com 57 pacientes com síndrome do intestino irritável (SII) divididos em dois grupos (os que receberam óleo essencial de hortelã-pimenta e os que receberam placebo). Como resultado, 75% dos participantes do grupo que recebeu OE de hortelã-pimenta tiveram redução dos sintomas (inchaço abdominal, diarréia e constipação) em 50%.
- Um estudo randomizado, duplo-cego, conduzido por médicos pediatras no Estados Unidos com crianças com SII, utilizou cápsulas entéricas contendo OE de hortelã-pimenta as quais apresentaram redução maior de sintomas comparado ao grupo placebo, além de não apresentarem efeitos colaterais.
Náuseas (BUCKLE, 2019):
- Em 1997, Tate realizou estudo com pacientes pós-operatórios de cirurgia ginecológica, sendo que o grupo que inalou OE de hortelã-pimenta precisou de 50% a menos de remédios anti-eméticos do que os outros grupos do estudo.
- Em 2013, um estudo médico iraniano, explorou o uso de OE de hortelã-pimenta e OE de hortelã verde, com 4 grupos (OE hortelã-pimenta, OE hortelã verde, placebo e controle) com 50 pessoas em cada desses grupos. Houve redução significativa das náuseas nos grupos do OE de hortelã-pimenta e do OE de hortelã verde, não tendo efeitos adversos.
- Em 2011 foram utilizados inaladores nasais contendo OEs de hortelã-pimenta e limão em pacientes que estavam realizando quimioterapia no Christie Hospital, em Manchester, Reino Unido, sendo que 47% dos pacientes nauseados confirmaram que o inalador reduziu suas náuseas.
- Em 2005 houve um estudo piloto com o OE de hortelã-pimenta inalada 30 minutos antes das refeições para acalmar náuseas de pacientes em desintoxicação de dependência de opiatos e crack num hospital de Massachusetts, sendo que houve 100% de redução das náuseas.
- Em 2009 houve um estudo utilizando uma mistura de óleos essenciais de gengibre, hortelã-pimenta, hortelã verde e lavanda em inalador nasal, sendo que os pacientes do estudo que utilizaram a inalação reduziram suas náuseas.
Dor (BUCKLE, 2019):
- Entre os anos de 2002 e 2012, foram conduzidos 7 (sete) estudos utilizando o OE de hortelã-pimenta para alívio de dores em situações distintas. Alguns estudos fizeram uso tópico, outros uso oral e outros através de inalação. Todos obtiveram resultados positivos no alívio das dores.
- Dor (LAZSLO,2013)
- Um estudo científico com 41 pessoas comprovou que o óleo de hortelã-pimenta não só reduziu as dores de cabeça como foi tão eficaz quanto o paracetamol. O OE foi diluído em álcool a 10% e aplicado na testa e têmporas com repetição após 15 a 30 minutos. Houve redução na intensidade das dores após 15 minutos de aplicação que continuou por mais de uma hora de observação. O estudo também comprovou que não houve diferença entre o uso de OE de hortelã-pimenta e 1000mg de paracetamol.
Dor (RHIND,2019):
- Estudos realizados nos anos de 1994 e 2002 e apresentados em 2013 em uma revisão afirmaram que o mentol possui ação analgésica, a qual foi comprovada por um estudo randomizado controlado, em que os participantes utilizaram um creme contendo OE de hortelã-pimenta combinado com manjerona, lavanda e pimenta preta, o qual foi efetivo na redução de dor no pescoço.
Sinusite (BUCKLE, 2019):
- Foram citados 5 (cinco) estudos realizados entre os anos de 2001 e 2013 para tratamento da sinusite. Alguns estudaram os efeitos do mentol, outros utilizaram o OE de hortelã-pimenta puro e ainda um estudo utilizou a combinação do OE de hortelã-pimenta, eucalipto glóbulus e benjoim. Todos os estudos obtiveram efeitos positivos na redução dos sintomas como dores de cabeça e congestão nasal e não tiveram efeitos colaterais.
Ações antibacterianas:
- Um artigo publicado em 2013, cita estudos realizados nos anos de 1988 e 2008 que demonstraram os efeitos antibacterianos do OE de hortelã-pimenta em diversos tipos de bactérias, além de efeitos antifúngicos (Neeraj et al,2013).
- No artigo publicado por Valeriano et al (2012), são citados e referenciados inúmeros estudos realizados entre os anos de 1995 e 2006 os quais demonstraram as atividades antibacterianas e antimicrobianas do OE de hortelã-pimenta, citando principalmente o seu componente mentol como responsável por essa atividade.
Alopecia Androgenética:
- Em trabalho apresentado no ano de 2017, na 19ª semana de pesquisa da Universidade de Tiradentes, foi realizada uma revisão bibliográfica durante o período de 3 de abril a 7 de junho de 2017 com base em livros e dados de artigos publicados pelo PubMed, Surgical & Cosmetic Dermatology e Scielo comprovando a eficácia do OE de hortelã-pimenta no tratamento da alopecia androgenética.
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Referências bibliográficas:
19º SEMANA DE PESQUISA DA UNIVERSIDADE TIRADENTES, 2017, Aracaju. ÓLEO ESSENCIAL DE HORTELÃ-PIMENTA NO TRATAMENTO DE ALOPECIA ANDROGENÉTICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA [...]. Aracaju: [s. n.], 2017. 3 p.
BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Tradução: Mayara Correa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.
BUCKLE, Jane. Aromaterapia Clínica: óleos essenciais no cuidado da saúde. Tradução de Maurício Gaggero. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.
LASZLO. Hortelã é tão bom nas dores de cabeça quanto paracetamol. Jornal de Aromatologia. Belo Horizonte, p. 4. jun. 2013.
MILLER, Light; MILLER, Bryan. Ayurveda & Aromatherapy: The Earth Essencial Guide to Ancient Wisdom and Modern Healing. Twin Lakes: Lotus Press, 1996.
NEERAJ, Tandan; PRAKASH, Anand; SEEMA, Yadav. Antimicrobial Activity and Medicinal Values of Essential Oil of Mentha Piperita L. International Journal of Engineering and Innovative Technology (IJEIT), [S. l.], v. 2, n. 8, p. 214-218, fev. 2013
RHIND, Jennifer Peace. Sinergias Aromáticas: Aprendendo a combinar corretamente os óleos essenciais. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.
WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.
VALERIANO, Carol et al. Atividade antimicrobiana de óleos essenciais em bactérias patogênicas de origem alimentar. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 14, n. 1, p. 57-67, 2012.
Por Edna Caliari Boni em 10/07/2020