Você sabia que o óleo essencial de uma mesma planta pode ter composições diferentes?
A importância de conhecer essas variações é por causa de sua ação terapêutica, que conforme o componente majoritário pode variar muito.
Uma mesma planta pode produzir óleo essencial com composição química diferente quando o método de extração do óleo for diferente, mas mesmo para métodos de extração iguais pode haver diferenças na composição química do óleo essencial.
Essas diferenças podem ocorrer quando as condições da cultura e do plantio são diferentes, como por exemplo, latitude, longitude, altitude, ações do clima, culturas vizinhas, preparo de solo diferente. Isso ocorre pois como o óleo essencial faz parte do metabolismo da planta, sua finalidade na planta é desempenhar funções para sua sobrevivência, assim, conforme as adversidades serão produzidos os compostos químicos necessários. Também há diferenças nos óleos essenciais extraídos de diferentes partes da planta como exemplo a canela, onde temos o óleo essencial extraído da casca e o extraído das folhas.
Existem casos também em que plantas cultivadas nas mesmas condições ambientais produzem ativos diferentes, nesse caso o fator responsável é a variação genotípica entre as plantas, ou seja, sua natureza genética.




Um exemplo de planta que possui óleos com composições diferentes é o alecrim (Rosmarinus officinalis) o qual possui possui pelo menos três diferentes óleos essenciais: com a predominância de 1,8 cineol (ação expectorante), cânfora ( ação relaxante muscular) e verbenona (ação hepatoestimulante).
Essas variações são chamadas de quimiotipos, abreviatura QT. Por isso ao utilizar um óleo essencial é importante verificar seu quimiotipo para não correr o risco de estar utilizando um óleo essencial com ação diferente da pretendida. Essa informação geralmente se encontra no rótulo do óleo essencial. Mas nem todos os óleos essenciais possuem diferentes quimiotipos.
Também ocorre em alguns óleos essenciais, como o gerânio, de observarmos no rótulo, a sigla GT a qual significa geotipo, ou seja, o local onde a planta foi cultivada. O gerânio é uma planta que varia sua composição molecular de acordo com esse fator. Nesse caso as variações não são nos compostos majoritários e as ações não variam tanto como no caso do alecrim. Geralmente vemos gerânios GT Egito, Madagascar, China, África do Sul, Ilhas Reunião e Brasil.
Referências:
BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Tradução: Mayara Correa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.
CATTY, Suzanne. Hydrossols: the next aromatherapy. Rochester: Healing Art Press, 2001.
WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.
Por Edna Caliari Boni em 24/06/2020